Série de Seis Seminários sobre o Antropoceno

Data: 
terça-feira, 17 Abril, 2018 - 15:00 até 17:00

SÉRIE DE SEIS SEMINÁRIOS SOBRE O ANTROPOCENO

com José Eli da Veiga, Professor Sênior do Instituto de Energia e Ambiente da USP

06, 13 e 20 março  e 03, 10 e 17 abril 2018
15h00 às 17h00
sala de reuniões do Conselho Deliberativo do IEE/USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 1.289, Cidade Universitária

Sobre a Série

A atual mudança climática é um fenômeno tão profundo e radical que levou Paul J. Crutzen (prêmio Nobel de Química em 1995 por descobertas atmosféricas), a propor o encerramento da longa Época que as geociências chamam de Holoceno. Isto é, os últimos 11.717 anos (com margem de erro de 99), ao longo dos quais ocorreu o processo civilizador. Desencadeado pelo advento de práticas agropecuárias que aos poucos foram viabilizando a minimização de sistemas de sobrevivência extrativistas, dependentes de coleta, caça e pesca. E que agora entra em etapa das mais enigmáticas, principalmente por causa da inteligência artificial.

Em 2000, num importante encontro científico em Cuernavaca, depois de ouvir repetidas menções de paleontólogos ao Holoceno, Crutzen balbuciou o termo Antropoceno em irritado repente. Rótulo já usado informalmente havia vinte anos pelo biólogo Engene F. Stoermer, e cuja compreensão tivera vários precursores, entre os quais o geoquímico russo Vladimir I. Vernadsky, que no início do século XX renovara a visão da biosfera.

Embora essa idéia de passagem do Holoceno ao Antropoceno ainda não esteja oficializada pela comunidade científica - o que só poderá ocorrer em 2020, no próximo congresso mundial de geologia - é fraquíssimo o argumento dos que a ela se opõem, por alegarem apenas que os registros estratigráficos disponíveis ainda não se tornaram suficientemente robustos.

Ao mesmo tempo, os argumentos favoráveis à proposta de Crutzen que proliferam em periódicos científicos nos últimos 17 anos são suficientemente heterogêneos para que mereçam atento escrutínio dos pesquisadores para os quais tem relevância o idela de "desenvolvimento sustentável" e esse resultante novo valor que é a "sustentabilidade".

A organização desta Série de Seis Seminários sobre o Antropoceno terá como ponto de partida e referência básica dois recentes textos:

VEIGA, José Eli (2017) "A primeira utopia do Antropoceno"(A&S) http://www.zeeli.pro.br/5122

VEIGA, José Eli (2018) "Antropoceno: resgatar o fio da meada" (título provisório) NB: texto ainda preliminar, cuja versão definitiva será enviada até 25 de fevereiro 2018 aos alunos cujas inscrições tiverem sido aceitas.

Esta Série de Seis Seminários exigirá público pequeno, em torno de 20 pessoas. Será voltado exclusivamente para alunos da pós-graduação, preferencialmente dos dois programas do IEE/USP - PROCAM e PPGE, sendo que vagas excedentes serão abertas a alunos de outros programas.

José Eli da Veiga é professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP). Por trinta anos (1983-2012), foi docente do departamento de economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP), na qual obteve o título de professor titular em 1996. Tem 25 livros publicados, entre os quais: O Imbróglio do Clima | Ciência, política e economia (2014) e Gaia | De mito a ciência (2012), dos quais é organizador, e Sustentabilidade | A legitimação de um novo valor (2010), do qual é autor. É colunista do jornal Valor Econômico, da revista Página 22 e da Rádio USP. Saiba mais em http://www.zeeli.pro.br.