Desde que foi assinado o Protocolo de Kyoto, os países que hoje compõem o G77+China reivindicam ampliar sua participação no espaço carbono global. Até há alguns poucos anos esta reivindicação podia, de forma verossímil, revestir-se de uma argumentação fundada em parâmetros de justiça e equidade. Independentemente de sua justeza, a lógica deste argumento perdeu hoje seu pretendido fundamento ético, por duas razões fundamentais. A primeira refere-se ao contraste entre a queda nos preços dos fósseis e os imensos investimentos realizados na exploração de suas fontes não convencionais. Investimentos em fósseis correm um risco crescente de não obterem o retorno necessário sequer para a sua viabilização econômica. A segunda é o crescimento exponencial das energias renováveis modernas (solar, eólica e biomassa) já competitivas, quando comparadas com fontes tradicionais em várias regiões do mundo. Neste contexto, o Brasil acumula o atraso de ser apenas um consumidor e não um protagonista das tecnologias que estão transformando o panorama energético mundial.